sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Mudanças Climáticas e Aquecimento Global

Artigo escrito em Maio de 2007, publicado na revista LaborNews especializada no mercado de análises clínicas..

Alguns dos temas de maior presença na mídia falada e escrita com freqüência diária em níveis globais estão ligados diretamente ao tal do Aquecimento Global e as Mudanças Climáticas, haja vista o filme do Vice Presidente Americano Al Gore, ganhador do Oscar em 2007 – Uma Verdade Inconveniente. Muito bem, as Mudanças Climáticas acontecem em resultado às Emissões de gases e CO2 na atmosfera, Aumento da Poluição, Desmatamento das Florestas, entre outros... Situações estas que, somadas causam o Aquecimento Global e conseqüente extinção de espécies, derretimento de calotas polares, aumento do nível do oceano em escala global, extinção de inúmeras praias e de muitas cidades costeiras, riscos iminentes de secas e inundações, maremotos, tufões, ciclones e catástrofes globais em médio prazo. Coisa de daqui uns 20 ou 30 anos. Coitados dos nossos filhos e netos. Isto é fato e fato não se contesta.

A solução para as desgraças anunciadas já deveriam ter sido tomadas a pelo menos uns 20 anos, algumas delas: Redução da Emissão de Gases e CO2 na Atmosfera, Controle dos Desmatamentos, Proteção dos Rios e Nascentes, Tratamento de Esgoto, Controle da Poluição, Adequada destinação dos Resíduos Sólidos (lixo). As respostas da natureza para esse descaso são bem conhecidas: “Efeito estufa” em áreas globais, “Katrina” nos Estados Unidos; “Tsunamis” no Oriente Médio e Ásia; Níveis altíssimos da temperatura na Europa, Ciclones no Sul do Brasil; Extinção da Fauna e da Flora como nunca se viu antes, riscos de desertificação do Sertão Nordestino e savanização da Amazônia oriental, falta de água potável. Meu Deus, que horror!

E agora o que fazer? Opção 01 – Ficar sem ação diante do “Profeta do Apocalipse Ambiental” e esperar os maiores níveis de Aquecimento Global recheados de Gases Tóxicos e CO2 em nossa atmosfera, sem verde e sem água potável? Lógico que não! Opção 02 - Não dar muita importância ao que está sendo dito, não dar bola às evidências acreditando que tudo isso não passa de marketing mundial para venda de filtros de ar e biocombústivel, tal qual um “Terapeuta Ambiental”? Muito menos isso! A solução está na Atitude estudada, planejada, rápida e precisa. Atitude esta que já deveria ter sido iniciada anos atrás. Não foi. Agora é hora de correr atrás do tempo perdido e algumas das principais ações que estão sendo efetivadas em nível mundial estão relacionadas à Mobilização dos líderes políticos mundiais e a Educação Ambiental em busca da capilaridade das ações em nosso cotidiano. Contra o coitado do Meio Ambiente estão a ganância pelo Desenvolvimento Econômico Global (nosso presidente chama o IBAMA de “bagre” no caso da sua nova usina hidrelétrica) e as Tendências Geopolíticas e de produção em escalas mundiais, o chineses vem aí, globalização e competitividade entre outras.

E o que isso tem a ver com nosso atual cotidiano das Análises Clínicas? Acreditem se quiser, mas por incrível que pareça podem se traçar alguns bons paralelos. O lado bom da coisa é que diferentemente das questões ambientais, o cenário laboratorial nos permite soluções mais alcançáveis e imediatas. Só é preciso ter vontade e ação.

As tendências no mercado nacional de análises clínicas apontam para imediata e agressiva profissionalização empresarial na gestão competitiva das empresas atuantes, necessidade de aumento da demanda para garantia da relação custo x benefício, obrigatoriedade da garantia e da manutenção constante da qualidade técnico-científica, adequação de muitos laboratórios em postos avançados de coleta, definição de centros avançados para realização de exames “Usinas Diagnósticas”, atualizações constantes da capacidade e da familiaridade tecnológica, comprometimento com o planejamento, execução e controle de novas e primordiais ferramentas e conceitos de gestão administrativa e total dependência de capacitação empresarial além de entrosamento com lideranças e representações políticas e sociais.


Contra os empresários das Análises Clínicas ainda contam a falta de vontade política de muitos dos nossos representantes – tabelas de remuneração e carga tributária que o digam –, agressividade dos grandes grupos líderes de mercado e entrada de capital externo não somente em laboratórios de análises clínicas, mas também em distribuidoras e indústrias diagnósticas, que apontam para migração ao mercado mundial das gigantes em eletro-eletrônicos. Outro aspecto de grande importância que deve ser levado em consideração é que a formação dos empresários do segmento de Análises Clínicas é basicamente formada por temas técnicos e científicos, ou seja, o dono de laboratório foi preparado pra fazer e interpretar exames, para pesquisa e para o adequado atendimento ao paciente, o dono de laboratório não foi preparado em sua formação acadêmica para um mercado tão competitivo como o que estamos vivenciando hoje em dia. Finanças; Produção; Marketing e Recursos Humanos não estavam em nossa grade.

Fatores como estes deixam clara a tendência da redução do número de empresas atuantes em nosso mercado (no Brasil são +/- 12000 labs. diante de +/-1000 labs. nos Estados Unidos, onde a população tomadora dos mesmos serviços é bem maior). É muita gente, daí surge o canibalismo mercadológico, não há idealismo profissional que agüente.

A pergunta se repete. O que fazer? Opção 01 - Acreditar no ressuscitado “Profeta do Apocalipse” e esperar o fim do mercado nacional de Análises Clínicas para grande maioria dos empresários deste setor, de mãos atadas e sem esperanças? Lógico que não! Opção 02 - Não dar muita importância ao que está sendo dito, empurrar com a barriga e esperar a salvação dos céus, tal qual um “Terapeuta Empresarial”? Muito menos isso! A solução, assim como nas questões climáticas, está na Atitude estudada, planejada, rápida, precisa e mais: colegiada, pois somente em união este mercado poderá sensibilizar representantes e lideres legislativos. Atitude esta que já deveria ter sido iniciada anos atrás. Até se tentou, mas ainda não se conseguiu.

E a SOLUÇÃO? Todos se perguntam pela solução, pelos caminhos. Agora é hora de, também, correr atrás do tempo perdido, para isso acredita-se que a solução está pautada por um lado na união organizada e profissionalizada do mercado em busca de respostas frente às inúmeras solicitações e reivindicações de longos tempos, atitude que tomou maior impacto por meio da famosa “Carta de Brasília”, corajosa, emocionada, de certa forma desesperada, mas ainda um tanto “menina” frente ao tamanho do problema e a dimensão da realidade.

E por outro lado, principalmente, na Capacitação dos atuais donos de laboratórios como Gestores Empresariais, como já se disse, não basta ser dono de laboratório, é preciso ser empresário. Assim como a Educação Ambiental é umas das principais soluções para as questões climáticas a Educação Empresarial se torna um dos principais aliados dos empresários das Análises Clínicas frente às mudanças empresariais. Cursos, programas, jornadas e sistemas de capacitação de 0 a 30 mil Reais e de uma hora a 18 meses estão espalhados por todo país, com diferentes e inúmeros nomes e conceitos: MBA, Especialização, Aperfeiçoamento, Mestrado, Doutorado, entre muitos.

Para concluir sabemos que: Fusões entre empresas, Crescimento das redes de apoio, Aquisição de médios e grandes laboratórios, Redes de associativismo, Adequações mercadológicas, enfim. Tudo isso já está acontecendo e todos sabem disso. A capacitação do Médico ou Farmacêutico, do Bioquímico ou Biomédico, que sempre se deram muito bem em tempos idos sendo donos de laboratório, como atuais empresários é primordial e de grande importância no momento de se tomar as decisões mais importantes neste novo momento empresarial. Todo esforço de agora se traduzirá em resultado imediato e futuro.

A solução é bastante clara pra quem a procura. Quem avisa amigo é.

Profeta do Apocalipse ou Terapeuta Empresarial?

Artigo escrito em Outubro de 2005, publicado na revista LaborNews especializada no mercado de análises clínicas..
“Plut Plat Zum,
Não vai a lugar nenhum!!!”
Raul Seixas

“O mercado de Análises Clínicas fica entre a Cruz e a Espada, não sabe se escuta o profeta do apocalipse e o banco de falsos profetas com soluções milagrosas ou se passa seu tempo se inebriando em terapias empresariais que cultivam o insucesso e não levam a lugar nenhum...”.

Acabei de voltar do 39º Congresso da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica que aconteceu no ITM Expo na cidade de São Paulo e sinceramente nunca vi um congresso com tanto conteúdo empresarial em sua programação tais como indicadores de desempenho “Balanced Scorecard”, Estratégia e Custos, Marketing Direto, Benchmarking Laboratorial, Métodos de Liderança, Novas políticas organizacionais, Direito Tributário e também repleto de novas tendências de mercado em cada stand da exposição tais como ferramentas alternativas de venda, consultoria de viabilidades aos clientes, mecanismos para viabilidade para implantação de equipamentos, inovações tecnológicas em softwares que aumentam a rastreabilidade de cada exame, oportunidades, demonstração da estrutura e da responsabilidade social de algumas empresas em telões abertos ao público. Um congresso que tem recorde de público e uma estimativa de mais de R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais) em negócios gerados é a clara demonstração de que o mercado está em mudança e desenvolvimento constantes. Em meio a esse cenário, me preocupa o fato de não saber se os principais atores, mesmo que coadjuvantes deste cenário, os donos de laboratórios de Análises Clínicas, têm a maturidade ou a formação necessária para absorver a quantidade e qualidade de tantas informações primordiais no atual mercado laboratorial.

Em vários momentos me sinto o verdadeiro Profeta do Apocalipse, quando digo que o mercado está mudando e que “se não nos mexermos o mercado irá mexer conosco”. – “Olha lá, lá vem o Profeta do Apocalipse dizendo que o algo de ruim vai acontecer no mercado de Laboratórios Clínicos...”. Até que ponto isso tudo deve ser verdade? Ou, Até que ponto isso deve valer a pena? As mudanças nesse cenário são fatos, fatos estes que exercem influência direta no dia a dia de cada empresário, dono de um pequeno ou médio laboratório clínico. A tabela que não aumenta, os insumos baseados no dólar, os convênios exercendo sua força, a chegada dos grandes grupos mundiais, entre outras situações adversas, mostram que nesse mercado, ir pra batalha de facão pode ser a certeza de uma derrota esmagadora contra um inimigo que luta com fuzil e metralhadora. Algo precisa ser feito, o mercado não vai esperar o milagre acontecer... No mercado atual não é empresa grande que engole empresa pequena, é empresa rápida que engole empresa lenta.

Diante de tal situação aparece a figura do procrastinador. Vamos pro português direto? Aquele que deixa tudo pra depois... “Oh!!! Meu Deus vai me ajudar!!!” Conhecem esse cara? “Tá tudo ruim e desorganizado, estou perdendo tempo e dinheiro no meu laboratório, mas vamos esperar mais um pouquinho que as coisas devem melhorar... Estou no telhado de uma casa diante de uma enchente, a água ta subindo, já me mandaram uma bóia, um bote, uma canoa, um barco e um helicóptero, mas todos foram recusados, porque o meu Deus vai me ajudar...” Uai!, O seu Deus te mandou todas essas ajudas e você ficou esperando o que? Morreu afogado, o laboratório foi pro beleleu... O mercado diagnóstico atual é muito ágil, as coisas acontecem em menos de minutos, não temos mais o tempo de antes onde tudo corria numa velocidade mais amigável e de acordo com a nossa vontade. Reciclar-se, atualizar-se, aprender novas técnicas de gestão administrativa, estratégica ou financeira, buscar novas tecnologias e estar conectado às tendências deste mercado, não é mais um diferencial de qualidade, mas é principalmente uma ação de sobrevivência no mercado competitivo em que vivemos.

Por outro lado, ainda existem aqueles que insistem em buscar soluções e antídotos milagrosos frente aos venenos deste mercado em seções inebriantes de terapia empresarial coletiva. Essas situações acontecem quando alguns empresários atuantes neste segmento se encontram reunidos em reuniões ou encontros na finalidade de analisar soluções e caminhos frente às adversidades do mercado atual. – Rapaz, você não acredita que perdi meu credenciamento do convênio... O outro diz: - E meu CH que foi reduzido mais de 30%? Aí vem o outro e diz: - E meus insumos que aumentaram mais uma vez? Estes encontros que podem parecer seções de terapia empresarial ficam marcados com a falsa sensação de que “se está ruim pra todo mundo no meu caso também não deve haver solução”.E a solução? A solução existe sim. Ela pode ser encontrada através de agilidade, modernidade, atitude empresarial, visão estratégica, contudo fica por vezes maculada pelo sentimento de que a mudança é inviável, pela falta de recursos financeiros, pela falta de tempo ou de motivação em processos de mudança, entre outros tantos motivos... Enquanto isso de terapia em terapia, boa parte do mercado de Análises Clínicas se afunda num oceano de incertezas. Enquanto nenhuma atitude efetiva for tomada em busca de soluções reais que sirvam de resposta a tal situação, prestar serviços a pequenos e médios laboratórios, como terapeuta empresarial poder ser uma nova oportunidade de trabalho.

Nessa confusão entre o Profeta do Apocalipse e o Terapeuta Empresarial, podemos concluir que essa história de que o mercado está cada vez pior e mais injusto como se houvesse um complô mercadológico contra nosso sofrido mercado corre um sério risco de levar o nada ao lugar nenhum. Podemos analisar pela ótica de que o que acontece com esse mercado não é nada diferente do que acontece com qualquer mercado em qualquer segmento competitivo em qualquer lugar do mundo. Não podemos mais nos basear num breve passado, onde durante muito tempo os fatores competitivos não eram tão presentes e a “gordura” das receitas financeiras eram bem maiores. Agora, meus amigos sejam bem vindos a um novo universo empresarial onde a agilidade nas decisões, o preparo empresarial, a reciclagem constante na busca pro novos conhecimentos e a consolidação de modelos associativos, podem ser decisivos no momento de separar os atores principais daqueles que passam a ser expectadores.